Para mim, que não sigo nenhuma religião nem
creio em Deus, a fé é algo bastante singular mas não menos importante.Eu
tenho fé no homem. Digo homem não em gênero, mas enquanto ser humano. Fé no
poder transformador destes sujeitos biopsicosociais.
Desta forma, como se
pode imaginar, vivo algo meio politeísta e em contato diário com esses seres
divinos.Porém sagrado mesmo são quando estas pessoas através de atitudes
atingem os pequenos milagres do cotidiano.
Essa semana para minha
felicidade e reforçar minha crença, testemunhei alguns.Não irei narra-los
porque não pretendo converter ninguém a seguir a minha "religião".
Sendo assim, ao invés de buscar a catequese contando as cenas, apenas
deixo a sugestão de estar atento. Olhos e peito abertos.
Nos versos da Luiza
Romão, no barulho dos ages and ages, nas pegadas do Tim Tim... a semana foi de
descobertas.Talvez antes do retiro já tenha tido o material para a reflexão que
mais queria. O sinal tocar não significa que temos que parar.
Como alguém me pediu
sussurrando no início da semana, "pensa em nós". Pode ter certeza,
nosso segredo: pensarei em todos os seres celestiais que estão por aí me
ajudando a crer, mesmo sem saberem.
Ao
invés de uma palavra ritualista, minha oração termina com um obrigado. Menos
ascento e a religião seria melhor. Trocar o amém para o amem.
Meu aniversário é semana
que vem, mas já ganhei uma boa hidratação no olhar como presentes essa semana.
Certamente me ajuda a enxergar de forma mais límpida.
Embora historiador, não gosto de datas.
Talvez justamente por isso não goste! Mas na real, nunca gostei. Sempre as
troquei, confundo, esqueço.... provável
que estudar história tenha me feito é entender um pouco mais o porque não
simpatizo com elas. O que importa é o processo! Gravamos que 22 de abril foi a
descoberta do Brasil. (Mas “descoberta”? e o europeu só chegou aqui em 1500?
Que nada. E aqui era já o Brasil? Hã!) Mas ao invés de pensar sobre todas as
implicações, muitas vezes ficávamos parados no ato de gravar 22 de abril de
1500.
13 de maio e abolição da escravidão? Mas por que? Bondade da princesa
Isabel? Todos aboliram juntos? E o que os escravos fizeram? Relação revolta da
vacina, periferia, atualidade, cotas? Não, não, 13 de maio de 1888.
7
de setembro de 1822 e a independência! Mas o país se tornou independente de
quem? Dom Pedro I ficou independente do pai... e Portugal ficou sabendo no mesmo
dia da nossa independência deles? Sem briga, assim, de boa? Pra ser no mesmo
dia deve ter avisado pelo whats... Ao invés de discutir o que (não)mudou ou
então quando nos tornamos independente de fato, lembremos do 7 de setembro de
1822. Não vou falar aqui da proclamação da república de 15 de novembro de 1889
e da população assistindo a tudo bestializada... Paremos! Datas são só datas.
Geralmente nem conferem ou praticamente nada tem de relevância no processo.
Mas
isso tudo pra chegar a reflexão que meu aniversário chegou! 27 anos. Caralho! E
quando eu me imaginava um tio de 27 anos de pasta, trabalhando em algo chato,
sendo pai, tendo uma esposa e fazendo tudo de forma séria? É tão estranho ir
ficando velho e ainda dançando a música do caminhão do gás até meu pai ficar
bravo. Contar piadas para meu cachorro e morrer rindo quando ele não entende.
Ainda ter medo de se perder, tomar vacina, entrar em hospital e prova de
matemática. Ainda fingir ser um guitarrista de uma banda de rock no quarto
escuro, passar trote, criar planos durante uma semana inteira pra ver que é
surreal dominar o mundo... Ter um quarto
cheio de bob esponjas, adorar assistir desenhos animados, brincar com irmã,
primos, amigos e até sozinho.
Fingir no transito que está em uma
corrida, chorar no colo da mãe, sentir dor no polegar de tanto jogar vídeo
game, se quebrar no skate, futebol, se afogar pegando onda... Tocar lepo lepo
no presidio, dançar funk na sala de aula, falar palavrão e ficar medo de ser
punido por isso...
Ter
27 anos é ter que fingir mais.
* Na foto, a festa surpresa desse ano. (sim eles são demais e sim, eles acham que fiz 7 anos) Ótimo estar com meus familiares e amigos. Só depois que percebi que não tirei foto com eles. O que me deixa mais feliz ainda. Estão todos gravados em mim, não na câmera. (tirar foto é gravar o passado pra ver no futuro ao invés de viver o presente)
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