terça-feira, 20 de janeiro de 2015

                                                              

                                                               
                                                               
                                       Equilíbrio

Por algum tempo essa palavra me remetia a algo chato. Sim, simples assim. Algo café com leite, morno, sem graça. As vezes, quando me via nele, tentava fugir. Com a maturação de algumas questões, ele me surgiu como um conceito bastante interessante. Atualmente corro atrás dele.

Não atoa ele fez parte dos meus votos para 2015. Uma das palavras que mais pensei em 2014 e que espero colocar mais em pratica neste ano. Mas enfim, estive viajando (nos dois sentidos) nas ultimas semanas. Alguns temas me dão vontades de pensar.

Reaproximação entre Cuba e EUA – Francisco teve uma participação interessante! (não estou nem aí para papas, mas este tem minha simpatia). Cuba deveria mostrar que devemos ter ilhas de utopias e os EUA mostrar que precisamos estar conectados com a realidade do mundo globalizado.

ps: Vale lembrar que o senado é conservador e republicano; que o próximo candidato a presidente é irmão do Bush e que seus eleitores loucos são em parte a favor da reaproximação (por questões econômicas, claro) Enfim, tema complexo.

Atentado na França – Je suis Charlie ou Je ne suis pas Charlie? O que aconteceu é injustificável. Sou defensor ferrenho da liberdade (seja ela em qual for a instância), mas apenas trago a ideia de que o mundo tem se apegado muito ao liberté e esquecido o egalité e fraternité. (já que estamos falando em França). Je suis Charlie Chaplin! (o melhor com o humor crítico)

ps: Vale lembrar que  dentro do islamismo há diferentes vertentes de muçulmanos e que generaliza-los ou liga-los diretamente ao atentado é, no mínimo burrice. E importante questionar porque esse atentado recebeu uma atenção absurdamente maior do que quando pelos mesmos motivos (“desrespeito ou valorização de valores ocidentais” matam dezenas de crianças africanas?

Poderia falar aqui também do brasileiro que foi condenado a morte na Indonésia. Sou totalmente contra pena de morte, ainda mais por crimes que não envolvem violência. Embora saibamos toda a relação do tráfico com ela... Mas ficou um mal estar entre o governo do Brasil e da Indonésia. Razões históricas ajudam a explicar a legislação deles, mas as mesmas ajudam a explicar o posicionamento da Dilma. Enfim, abriu um buraco aí que certamente trará burburinho mais tarde. 

Estive viajando por dois países recentemente. EUA  – Organização fria e muita coisa pra fazer e no Panamá – Bagunça quente e tempo de sobra para descansar. Outra hora falo deles, só pra explicar a foto. E para concluir com a constatação de minha parte, que o equilíbrio entre as coisas é a melhor solução.

Para quem acha que equilíbrio é estar em cima do muro: Equilíbrio é descer dele, olhar os dois lados e buscar a partir de um relativismo entender a todos.  Caso contrario, radicalismo (infelizmente, presente nos casos citados acima).

Em tempos de feroz radicalismo, pessoas em redes sociais são quase grupos terroristas. Liberdade sem igualdade e fraternidade não é revolução.

Muçulmana apedrejada em SP – http://t.co/7PBKr2Z7yb