terça-feira, 19 de julho de 2016

Só palavras.

    

 O mundo é só palavra! A palavra é o que nos difere dos demais animais. A palavra é sagrada e cotidiana ao mesmo tempo. Do profano discurso intelectual ao ritual erudito de pedir pão na padaria. A palavra é a base da sociedade humana. Nós somos aquilo que as palavras dizem.

     Atualmente viemos assistindo o esvaziamento das palavras. Elas já não dizem, não são capazes de externar ou nós não as conseguimos mais vê-las. Distanciamo-nos. Toda palavra é por si ideológica. E através dos nossos discursos que construímos a realidade. Onde falta a palavra sobra a violência. 

  A guerra é a falta da palavra. O diálogo é o encontro. O encontro das palavras. Elas ficam contentes ao se encontrarem, vibram, festejam. Mas ultimamente tem andado tristes. Estão de luto. Não há mundo se não a partir das palavras. Não há o que mudar. Não há como mudar.
     A palavra é nossa principal arma na luta desta transformação. A palavra é a ferramenta básica não só para um professor, um artista, um comunicador, mas para tod@s. A palavra é a base para a construção de uma sociedade. Através dela mudamos.

   A arte de bem escrever, falar ou comunicar-se reside na escolha das palavras. Pensemos mais nelas. Façamos um carinho. Fiquemos quietinhos com elas, observando, pensando, lendo-as. Despindo-as demoradamente, para que possamos senti-las. Provar cada uma delas afim de que possamos ingeri-las. Saboreá-las. E com o gosto, o significa e o prazer, possamos compartilha-las.


     Pense mais e fale menos. Por respeito a palavra. Mas não a deixe presa. Por respeito a palavra. Use-a também sem a moderação, afogando-se nela. Mas também poupe-a como um bem raro. Confuso? Afinal, quem sou eu para me meter nas suas palavras. Faço apenas um pedido: Crie suas palavras para que elas transformem-se em ações. 

Depois me fale. Qual a sua palavra.