domingo, 4 de outubro de 2015

TransFormAção



Embora pense bastante e fale muito de mudanças, reconheço que instigar os outros a mudar ou fazer parte de uma mudança é mais fácil do que mudar. Claro que para os itens anteriores serem alcançados há todo um esforço de transformação pessoal, porém quando a mudança é algo mais pontual, pessoal e profundo....

Mudança é o tipo de coisa que é mais fácil na teoria. Tão lindo falarmos de mudança do mundo, transformação social... A mudança é um exercício diário, na minha concepção. É preciso mudar todos os dias para se manter fiel a ideia de mudança. É a tal da micro revolução cotidiana, iniciada na mente de cada um, mas que se comunica sobretudo através das atitudes.

Mas a mudança pode ser difícil, dolorosa, exigir muito. Quem está de fato pronto para isso? Mudar pode significar sair da zona de conforto, pode representar perdas, mas nunca uma derrota! Mudar nunca é voltar a trás, é sempre um passo a frente.

As pessoas de forma geral estão muito mais preparadas para falar de mudança do que para agirem na mudança. No discurso aderem, acham lindo, dão exemplos, até pintam a cara. Mas na hora de realmente sentir as consequências que são necessárias ao longo do processo... silenciam, choram, chamam o pai, o diretor ou a polícia.

É muito mais simples e fácil não mudar. Então para que mudar? Para que mexer com medos, angustias, fraquezas, sobretudo se eu estou em uma situação confortável? Adaptando o Sócrates, uma vida que não é mudada não merece ser vivida.  Mudar é viver. Só não muda quem já morreu. E tem muito mais gente morta por aí do que nós imaginamos.

Esses últimos dias um depoimento de uma menina, agora senhora, sobre a situação das praias cariocas da zona sul chamou atenção. Embora esses discursos permaneçam iguais na boca de muitos, passaram-se algumas décadas e a senhora mudou. Transformou sua forma de pensar e através das redes sociais falou sobre isso.

Pena que a situação deste problema social tenha mudado tão pouco.
- Garotos pobres indo de ônibus da zona norte para as praias da zona sul, sem terem ao menos dinheiro no bolso? Só pode ser para arrastão!  Solução? Viu a importância da maioridade penal? Tem que prender porque se não daqui a pouco o cidadão de bem não vai mais ter direito de ir a praia. Eles qu tomem banho no bairro deles, não aqui! Já não tivemos que empurra-los todos para zona periférica para a modernização do RJ após a abolição? Cada um no seu quadrado! Se pelo menos o cidadão de bem tivesse o poder de portar uma arma. Aí iriamos armados e protegidos para a praia! Nessa falta, fazemos a justiça! Linchamos. Espanca até a morte para acabar com esses criminosos qu vão roubar celular na praia.(ATENÇÃO – isso acima é uma ironia.)

Mudar de gênero então? Sua sexualidade? (lembrando que gênero  sexualidade são coisas bem diferentes). Coragem, responsabilidade, felicidade, liberdade.... tantas coisas acompanham. Mas nesses casos a gente muda? Claro. A mudança está sobretudo na escolha de encarar os outros. (para os que não gostam de mudar ou acham que a mudança está mais na fala que na atitude, leia 3 vezes pra entender).

Não poderia deixar de mencionar a assembleia da ONU e os 17 objetivos globais. Em busca por mais mudanças. Transformar cada vez mais em realidade para todos os direitos humanos. Lembrando que não adianta somente rezar sem mexer os pés. Se toda a mudança nasce de uma ideia, ela somente se concretiza nas ações, atitudes.

Por fim, nessa semana que precisei de muita coragem para iniciar mudanças que criam bastante desconforto, força e fé para que esse processo seja mais alegre  prazeroso para poder ir colhendo os frutos pelo caminho.

Abaixo os links:
Mulher que mudou de ideia sobre questões das praias do RJ (embora as questões não tenham mudado tanto ainda)
http://www.buzzfeed.com/clarissapassos/video-dos-anos-90-preconceito-e-racismo-nas-praia#.geoZX8mj4

17 objetivos globais da ONU Mudando juntos!



A fotografia desta vez foi tirada por mim durante uma manhã de muita chuva após ter caído em um buraco gigante e estourado o pneu do carro. Atrasado, molhado, sujo e trocando o pneu sozinho com um certo trabalho, recebi a oferta e ajuda de um garoto de 13 anos que voltava da escola. Enquanto a chuva caia sobre nós percebi que tudo faz sentido enquanto estivermos pessoas assim. Elas que sem dúvida, me fazem ir adiante. E acreditar na transformação.