Defendo,
desde minhas recordações mais remotas, a liberdade e o dever de discutir todos
os assuntos. Especialmente a partir da minha jornada como educador. Desta
forma, creio na educação como a principal arma para enfrentar o senso comum,
seus preconceitos e intolerância. Adotando um tom mais cientifico, intelectualizado
e sobretudo na construção de um pensamento crítico, penso que a escola é lugar
de debater todos os assuntos.
Fujo dos jargões “política e religião não
se discute”. É somente a partir da reflexão e do debate que podemos avançar e
tomar decisões mais racionais, levando em conta a tolerância, o respeito e o
bem estar da população. Não discutir política só nos torna mais ignorantes e
idiotes (termo que deu origem ao idiota, mas que se referia aos gregos que não
participavam das decisões política na Grécia antiga) O tal do Analfabeto político,
de que Brecht trata.
Morte, suicídio e depressão são outros
temas que devem vencer o tabu e nos trazer reflexões, estudo e debate. Claro
que como qualquer outro tema, requer cuidados, responsabilidades e
questionamentos na condução da reflexão. Sugiro que nos afastemos dos extremos
da paranoia ou da ingenuidade.
Não é uma série ou um jogo (13 porquês e
baleia azul) que deve ser o foco da conversa. Equivale dizer que a culpa da
corrupção é existir dinheiro. O que devemos é entender estes aspectos como
estopins ou gotas dagua que podem nos levar ao tema central. (Por que tantos
jovens se interessam pelo jogo e pela série??)
Saliento a importância da diferenciação
nesse assunto. A série e o jogo não devem ser tratados como sinônimos ou algo
do tipo. São questões bem diferentes. Assim como tristeza e depressão. Mas a
questão central é ter sido preciso um jogo que envolve suicídio ou uma série
que aborda também o tema, para as pessoas perceberam algumas coisas. (e da pior
forma)
Muitos pais e mães apavorados pensando que
os seus filhos podem vir a se matar por assistir uma série, ler um livro ou
alguém da sua escola estar jogando algo. Mas não percebem o seu filho
diariamente. Antes de perguntar como ele está, manda email para escola querendo
saber o que a gente está fazendo para reverter o tema da morte!
Se acompanhassem mais os filhos/filhas
perceberiam que bullying, preconceito, morte e doenças psicológicas são temas
recorrentes das atividades escolares. (fala do contexto em que estou
envolvido). “Prezada mãe, eu falo disso desde o 8 ano com seu filho. E você? “
De novo a linha do equilíbrio. Não cair na paranoia exagerada que afirma todos
estarem fazendo o jogo (o número é infinitamente menor do que as correntes de
whatsapp mostram falsamente) e a série pode e deve ser assistida pelos pais
para entender muito da realidade dos jovens. (Quem sabe está ai um motivo pra
você sair do whats/face e fazer algo com o filho/a).
Mais uma vez o equilíbrio: Ao mesmo tempo
que não devemos nos apavorar crendo que quem assiste a série vai querer se
matar ou que todos vão morrer no jogo da baleia, não devemos minimizar a doença
depressão ou a tristeza humana. Conversar é sempre o melhor caminho! Com
familiares, amigos, professores, CVV, psicólogos....
Importante salientar por fim o quão pode
ser produtivo trocar o conceito de “culpa” (reforçado pela cultura
judaico-cristã) por responsabilidade. Não auxilia pensarmos em culpa. É no mínimo
reducionista. E sim pensarmos em responsabilidades (no plural). Tod@s nós temos
responsabilidades em nossas ações.
Não foque na gota d’água mas no que fez o
copo encher para que possa transbordar com uma mera gota. Debater suicídio e a
morte é valorizar a vida. Há alguns desafios do bem, como o baleia rosa e etc.
rolando por aí. Estou criando um próprio para algumas turmas que trabalho! Mas
talvez o principal desafio seja a a aproximação, o dialogo e o conviver! Vamos
lá!
Ps: Se você leu aqui e precisa de algum apoio, estamos aí!
Sugiro que faça uma lista com 13 porquês deve se manter vivo! Caminhando e compartilhando. Quais são teus motivos? inspirações? pessoas? objetivos e tudo mais que te mantém caminhando...
Sugiro que faça uma lista com 13 porquês deve se manter vivo! Caminhando e compartilhando. Quais são teus motivos? inspirações? pessoas? objetivos e tudo mais que te mantém caminhando...
CVV é o centro de valorização a vida - Atendimento emocional/psicológico e prevenção de suicidio via internet/telefone/presencial totalmente gratuito. http://www.cvv.org.br/