Vivemos tempos complicados no tocante a
educação. Desde a esfera municipal até a federal, mudanças estão sendo tomadas
sem a escuta de professores, especialistas ou estudantes. A educação é a arte
do encontro. E este pressupõe contato, dialogo e troca. Ou voltamos ao modelo
tradicional, onde somente um ordena e os demais obedecem. Ensino bancário, que
identificam períodos ditatoriais.
Os avanços da educação nos
últimos anos estão sendo colocados de lado. Exemplos de países que
desenvolveram bastante os resultados educacionais também estão sendo ignorados.
O Brasil marcha na contramão do que se pensa ser a educação do século XXI.
Documentos construídos e
discutidos mundialmente têm sido negligenciados nas novas ordens dadas sobre a
esfera pedagógica em nosso país. A construção do conhecimento interdisciplinar,
desenvolvendo habilidades e competências, avaliação nas esferas conceituais
acadêmicas, tecnológicas, políticas e éticas tem ficado no passado.
Não é objetivo dissertar sobre os elementos
construtores de uma educação que a própria UNESCO pressupõe como ensino de qualidade,
mas questionar a forma que as mudanças vêm sendo tomadas. Sem ouvir os
principais personagens da história: educadores, especialistas e estudantes.
Temos a ameaça do Escola Sem Partido, projeto que busca formar analfabetos políticos, sobre o pretexto de
existirem professores que doutrinam os jovens. Importante lembrar que foi o
medo do comunismo que nos encaminhou para a ditadura de Vargas (1937 – 1945) e
a ditadura militar (1964 -1985). Períodos que adotaram modelos educacionais
próximos ao que estamos caminhando novamente. Lembro ainda que essa acusação de
doutrinação não é novidade, uma vez que o filosofo Sócrates, já na antiguidade
foi condenado à morte pela mesma acusação.
Além desse deplorável projeto,
assistimos as trágicas medidas de mudança no Ensino Médio propostas de cima para
baixo pelo governo federal e as conturbadas alterações ordenadas na rede
municipal. Quando vamos ouvir os educadores?
* Na fotografia, uma frase que gosto muito. E deixa no mínimo dois grandes questionamentos: a) Não adianta um discurso bonito e faltar ações. Não adianta rezar sem mexer os pés. É preciso atitude.
E a diferença entre grafite e pixação que vai muito além do senso comum de "um é arte e outro vandalismo". Será mesmo?? Mas isso já é tema para outro texto.
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