segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Pré – Históricos Virtuais? (Homoonlines ou virtualissis)




Necessidade é uma palavra forte.  Penso não ser daquelas que devem ser espalhadas por aí. Deve ser pensada antes de se utilizada. Caso contrário, seu significado pode se desvalorizar.

Necessidade me faz pensar em instinto, no mais básico do homem. Homem-bicho, homem enquanto um animal. Sobrevivência.

Para além de toda a simbologia do que nos é de fato necessário; além da famosa pirâmide de Maslow, tão querida pelo pessoal da psicologia, fico apenas me questionando o que é necessário, de fato?
Muitos afirmam que vivemos tempos de excessos. Outros tantos dizem que estamos é com muitas faltas. Seria um momento de escassez do essencial? E excesso do supérfluo?

Vamos misturar um pouco e tentar chegar a um equilíbrio?

Redes sociais e as demais maravilhas trazidas com cada vez mais facilidade graças ao avanço tecnológico da internet me fazem refletir sobre novas necessidades. E temos novas necessidades? Sim, (Criamos) novas necessidades. Mas quanto mais tempo vivemos sem algo, menos necessária ela é, certo?

Para além da alimentação, questões fisiológicas, ar e etc, o contato humano é fundamental. Dele desenvolvemos através da educação, nossa  cultura e a sobrevivência da sociedade humana.

E a internet? (especialmente as redes sociais) que é o que cada vez mais ela se tornou. Seria apenas um meio de facilitar o alcance de nossas necessidades? Seria uma ferramenta que aumenta nossas necessidades? É o elemento que proporcionou a mudança de necessidades?
O quão necessário ela é? Faça o teste!

Longe de pensarmos em termos de vilã ou de mocinha. Quero tão somente refletir sobre nossa relação com ela.  Até que ponto nós interferimos nela e ela interfere em nós. Somos os mesmos on e off ?

Quem nos ensina a viver em sociedade, desde nossa formação são geralmente nossos pais, nossos professores e de lá pra cá, já temos nossa base cultural. Claro que temos todos os exemplos (que é o que mais ensina) de todos que nos circulam, direta ou indiretamente.

Assim, desde a pré-história, fomos nos tornando mais racionais e com uma rede mais complexa de cultura. (vão aumentando as necessidades? Isso que é o tal do desenvolvimento?).

Mas pra nossa vida virtual? Qual nossa cultura? A mesma? (mas volta a questão se somos os mesmos on e off). Quem nos educa para viver as redes sociais, o convívio na internet? Nossos pais? (provavelmente não. Não são “nativos virtuais”. Nossas escolas? Geralmente não. Pouco se fala, discute e utiliza-se de fato disso. Muitas vezes se foge inclusive, com medo).

Seriamos então os pré-históricos do mundo virtual???? Teríamos que assim como nossos antepassados (reais) aprender, desenvolver uma rede cultural e deixarmos o lado mais instintivo e passarmos, através da educação, mudarmos nossa forma de lidar com tudo isso?

Mas os pré-históricos reais tiveram auxilio do fogo (que possibilitou o cozimento da carne, proteína e consequentemente o desenvolvimento do cérebro?) A agricultura e o ganho de tempo para as invenções culturais(?). É, nossa motivação vai ser qual?


Na foto, uma imagem do trabalho de Chompoo Baritone, que analisa a espetacularização da vida (ao menos no plano virtual). Por uma vida sem tantos filtros....


Abaixo um vídeo sobre comportamento e internet.

E ainda o "On ou off de que lado você está?"





segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Woddy Allen e Independência do Brasil (ou razão x emoção)

     



     Não sou da turma que ao saber que há filme novo do woddy Allen já o classifica como genial.  Também não estou no grupo dos que correm para assistir toda nova obra do diretor/escritor.  Mas confesso que após receber a in(dica)ção de um amigo -professor de filosofia - quando soube que era do woddy Allen, fiquei mais curioso.  Comecei então esse (excelente) feriado da independência brasileira com uma reflexão martelando.  (Razão X emoção). 

     O longa chama-se Homem Irracional e versa sobre um professor de filosofia, existencialista, que chama atenção por onde passa, não só pelo seu refinado arcabouço intelectual, mas também pelas suas opiniões e atitudes pouco habituais. Ao longo da história,  razão,  alunas, filosofia, sexo,  reflexão, instintos,  traição, moral,  humor e drama vão se misturando.  Um equilíbrio sadio.

     O final surpreende, ao menos na sessão que eu estava. (tanto pelos “aaah” quanto pelos comentários na saída). E nos deixa pensando sobre esse eterno dilema do homem. (racional x irracional) Reflexão que não saia de minha cabeça ao longo dos outros, filmes, ensaio, festa e conversas do feriadão. 

     Em especial, já que estamos no finde pátrio, lembro do conceito de homem cordial, dado ao brasileiro pelo célebre pai do Chico e da história brasileira,  Sérgio Buarque de Holanda. Cordial vem de coração.  Em última instância, de emoção.  Brasileiro, o homem que segue seus instintos, age pela emoção em detrimento da razão?

     Diferente da frieza alemã, da racionalidade francesa ou de vários adjetivos mais intelectuais que podemos dar aos do velho mundo, nós aqui dos trópicos, somos todos coração? Vale lembrar que estudos recentes apontam que a mesma área do cérebro que cuida do amor, cuida do ódio. 

     Brasileiro (se me permitem essa generalização )age pouco pelo racional. Aquilo que desde a pré história vem nos diferenciando dos demais animais.  Em discussões como maioridade penal, ao invés de ler, entender,  ouvir especialistas,  nos bastam argumentos que pingam emoção e que geralmente são dados aos berros e com o exemplo de sua mãe no meio. Cito o problema carcerário mas vale para temas de drogas, cotas, política,  religião ou qualquer assunto que se possa considerar "polêmico" de alguma forma.

     Preconceito e intolerância vem em grande parte da falta de conhecimento, de reflexão sobre informações,  falta de racionalidade. Não,  não quero que nos tornemos mecânicos, frios ou intelectuais  existencialistas, mas enquanto o país for campeão no número de linchamento, passar o trem por cima,  jogar o carro no dilúvio e aplaudir o Datena,  continuaremos sem a real independência.

     Em 1922, não por acaso um século após a independência do Brasil de Portugal, os modernistas diziam que tínhamos somente independência política e não cultural.  Pois digo,  enquanto não tivermos uma mudança no jeitinho "cordial" de ser,  não deixaremos nossa dependência.


Na foto, por respeito e pesar por todos "Aylans", coloco algo diferente. As crianças, imigrantes, refugiados, merecem mais. Em breve escreverei sobre as complexidades do tema, que por sinal até a Angeline Jolie (que escreveu pro times falando sobre as diferenças entre refugiados da miséria e de guerra) já tentou explicar, mas ninguém busca entender. Ficamos com a Emma Stone que esta absurdamente linda no filme. 

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Futuro vermelho?



Ouvindo a barba crescer,
Sentindo o gosto da chuva,
Que absorve a minha angústia,
Vou sentindo,  mentindo pra ser.

Mas quem assiste a vida,
Ve ela passar,  mostra pro outro,
Curte e compartilha, mas no fundo é oco.

O que fazer então é pensar a vida,
Felicidade, se compartida. 
E no final buscar o empate.

Há tempos desisti da verdade.
Busco o âmago de cada um pra ver se me reconheço.
Me encontro no tropeço.
Caio em mim,
Prefiro o sim,
mas sei a importância do não. 

Amando, sigo com o pé no chão,  mas a cabeça nas nuvens. 
Procurando um sinônimo, em meio a tantos antônimos, sigo anônimo. 

Seria vermelho, o futuro?