domingo, 17 de maio de 2015

Slow...



Que vivemos em tempos cada vez mais corridos podemos saber via analises de pensadores pós-modernos ou em uma conversa via whats app com aquele vizinho que nunca vemos. Preferencialmente na conversa (digitada, ou até mesmo através de emoji) pois é mais prático e rápido que a leitura e a reflexão de um livro.

A questão é que não cabe aqui (e não temos tempo(?)) de versar sobre as possíveis causas que convirjam para essa era acelerada. Apenas, ciente dela, buscar refletir através de alguns movimentos, exemplos e incentivos a uma mudança de percepção.

O já consolidado e divulgado movimento do slow food que desde o fim dos anos 1980 vem trazendo uma reflexão em contrapartida não só da alimentação fast food (espelho) mas da própria sociedade fast food.

Em seu manifesto, sua filosofia e missão aparecem aspectos como o direito ao prazer da alimentação, utilização de produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores. Bom, limpo e justo! Tão simples e tão difícil nesse nosso tempo.  Uma alimentação mais saudável, responsável e prazerosa. (quando as pessoas dar-se-ão  conta de como esses conceitos andam juntos?)

Através do respeito ao meio, a biodiversidade, as pessoas, a nós mesmos, essa filosofia propõe através de um dos nossos hábitos mais primitivos, uma mudança na forma de perceber as coisas.
Baseado nisso, nossa era é caracterizada pela informação. Velocidade e consequentemente, excesso de informações. (quase todas elas inúteis para nós após alguns minutos). Pouco se transforma em conhecimento e quase nada vira sabedoria.

Pensando em tudo isso, trago para pensarmos também o slow journalism. Movimento pensado também em alternativa (para não falarmos em oposição) ao jornalismo que vem sendo muito praticado atualmente. Para muito além de manchetes que usam uma imagem e pouco texto, baseado em achismos e valorizado pela antecedência ao ser publicado e não pela qualidade... o slow journalism prega uma reflexão mais aprofundada sobre os temas. Mais importante do que noticiar primeiro é noticiar bem. Mostrar os diferentes lados, embasado, fontes, acompanhar um processo... enfim, novamente respeito, prazer e reflexão.

Por fim, como podemos já estar pensando, parece possível usarmos o “slow” para muitas áreas de nossa vida. Por uma vida mais “slow”. Seja nas opções de lazer e divertimento, no transporte urbano, na nossa forma de trabalhar, estudar...

Vencer o conteúdo e acabar o livro a tempo para conseguir contemplar tudo na prova! Provas a tempo de passar no vestibular, entrar na faculdade ainda adolescente para graduar-se e começar a trabalhar o quanto antes. Trabalharmos mais e ao encontrarmos nosso vizinho (no whats) dizer que não lemos o livro do pensador pós moderno pois não temos tempo. Só trabalhamos. “o tempo ta corrido”. É, nisso tudo, por medo de ouvir p pai dizendo que “não trabalha para comprar livros de conteúdo para não serem utilizados” ou estudantes que se preocupam e cobram o conteúdo pois caso contrário a prova vai ficara incompleta... esquecemos do principal! (pensar, dialogar, sentir.) Justo, saudável, responsável, prazeroso, profundidade, reflexão... isso é slow.

Site sobre o movimento slow food no Brasil - www.slowfoodbrasil.com.br 

Campanha contra o fast jornalismo. - http://www.hypeness.com.br/?s=pobreza+e+midia

Na foto "a casa do Bob" comida e vida mais slow (EUA)

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