Sinto, não minto e existo.
É por ela que respiro, me inspiro e resisto.
Através dela que entro, que saio, que circulo.
Ela me faz ir além muro.
Mas não é poema, não é metáfora, é menos sério, é o que o pessoal de mais de 30 chama de real, verdade ou verídico.
Tenho uma janela mágica.
Dela consigo ver de tudo.
E dela que recebo a energia, reflexões e alegrias.
Ela me traz o vento para arejar os pensamentos.
Por ela também entra o calor que me faz sentir acolhido.
Me ilumina através dos raios do sol.
É dela também que vejo a arvore, verde, sempre a me acenar.
Dela enxergo as gatas das vizinhas. Uma, felina, fica sempre
deitada na janela.
Outra, as vezes se distrai e aparece seminua.
É da janela que entra os gritos das crianças que brincam de
polícia e ladrão. Entendendo que ambos estão mais do mesmo lado que os adultos
pensam.
É por ela também que vejo os vizinhos que cantam suas angustias.
O zelador que dança com a vassoura toda tarde.
Os aromas disparando as recordações.
A noite a lua aparece exatamente na minha janela.
É como se ela fosse um cinema onde cada dia eu pudesse
assistir uma nova obra.
A minha janela me liga ao mundo.
(Tenho olhado muito para ela. Em busca de sinais, sentidos e
saudades.)
ps: Na fotografia, minha janela. Companheira por inteira.
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