sábado, 11 de abril de 2015

Um Mês?



Sempre amei perguntas! Por algum tempo, submetido a ditadura da escola e de minha timidez adolescente, guardei-as para mim. Já na fase (adulta?) liberei todas elas! Em um bate papo com amigos, janta com a família ou na sala de aula. (atuando como estudante ou professor), espalho e disparo todas que puder.

Acredito, como o Gessinger, que a dúvida é o preço da pureza e é inútil ter certeza. Concordo com o comercial da Unissinos que diz que as perguntas movem o mundo. Não sou muito das respostas. Sou todo das perguntas, questionamentos...

Eis que essa semana me foi feita uma. De forma despretensiosa, no inicio da manhã, minha coordenadora pedagógica me olha e dispara: “Ralph, o que tu faria se o mundo só tivesse mais um mês?”

Parei. Pensei. Colegas vieram com boas piadas. Bateu a sirene. Fui para aula. A pergunta ficou.
Uma semana me acompanhando. Sim, já tinha pensado sobre o tema antes. Já havia recebido essa pergunta. Mas era outros momentos. Outros Ralphs. Veja, é diferente “O que fazer antes de morrer”, “O que fazer se tu só tivesse mais um ano de vida”, mas a pergunta foi “O que fazer se o mundo for acabar daqui um mês”.

Para mim, ao menos, faz toda diferença. Uma coisa é eu, simplesmente eu, morrer. Outra é o mundo todo desaparecer. Isso envolve mudanças na minha reação. Primeiramente pensei em viagens. Aquela de mochilão por toda América. E aquele tempo conhecendo a Europa? Mas e o autoconhecimento nos países asiáticos? Africa? Imagina uma banda pelo Egito e conhecer culturas tribais da savana? Bah! Antes de começar a imaginar as ilhas paradisíacas só pra mim meu violão e uma prancha, pensei de novo. É só um mês.

Shows dos Stones, tocar pra muita gente sem ficar nervoso, dar aula para quem esta sedento pelo que tu quer compartilhar? Ter um filho? Ralph, é só um mês! Dar a vida por alguma causa???  Não, Ralph o mundo todo vai acabar. Então fiquei sem resposta.

De manhã: Acordei leve. Comi uma pizza gordurosa fria e fui meditar no sol. (equilíbrio é o que há). Me voltou a questão! Caiu a ficha! Faria o que fiz esse mês. Nada de muito diferente. 
Nada que mude totalmente minha rotina. Mas, ações diárias que vão mudar a forma de fazer a rotina.
Respirar mais antes de brigar. Mais atenção com aquela pessoa. Um pouco mais de empenho naquela atividade. Um cuidado maior com aquilo. Um sorriso a mais pra ela. Olhar mais contemplativo sobre tudo. Pequenas mudanças cotidianas para transformar a rotina. (saberes, amigos, arte, natureza, estudantes, sentimentos, família, pessoas...)


As viagens? Os shows? A morte por uma causa? O filho? Escrever um livro? Deixa isso tudo para o “antes de morrer”. Para esse mês vamos agora, já! (só espero não morrer esse mês).

* Na foto um dos momentos simples e especiais de todos os meses. Estar com meus amigos tocando um rock and roll. Na ocasião, essa semana na formatura do Michael (baixista).

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