Preceitos
iluministas que ganharam forca na cidade luz e trouxeram mudanças para o mundo.
Nem tão livre, tampouco poderíamos dizer que alcançamos a igualdade, e
precisamos de muito mais fraternidade. Mas que esses símbolos nos façam
continuar caminhando.
Preconceito e
intolerância são coisas diferentes. Andam juntas, mas é preciso cuidar para não
tomar como sinônimos. Preconceito, como a própria etimologia sugere é
algo que temos antes de termos o conceito. Falta, sobretudo de
informações (ou conhecimento), mas também de contato com o outro. (Lado,
pessoa, lugar...) É natural e todos nós temos, embora com esforço podemos
vencê-lo. Já a intolerância, não pressupõe falta de informação (muitas vezes
ela está inclusive em excesso) mas apenas de um lado, um ponto de vista. Ela é
extremista e radical, não se permite o questionamento, a dúvida é
crítica.
Precisamos cuidar para não combater o preconceito com a intolerância (isso é querer
apagar fogo com álcool), mas o cuidado vale também para que teu
preconceito não se torne intolerante).
A intolerância, termo que frequentemente é associado a religião, pode ocorrer
em qualquer área. Ciência, movimentos sociais, política ideológica,
futebol... a falta do questionamento, de relatividade, de alteridade,
tendem a deixar as questões mais extremistas e radicais. Com o
preconceituoso, podemos conversar, mostrar informações, ter contato
com o outro e através da tolerância, transformar o sentimento. Já com o
intolerante, o próprio diálogo é um a difícil.
Atualmente, na Internet vemos muito de preconceito e de intolerância.
Semana que passou houve confronto entre tragédias.Comover-se por Minas
Gerais ou por Paris? Vivemos em uma guerra fria onde temos que optar o tempo
todo por que lado estar, ao invés de buscarmos estar ao lado um do outro.
Somos todos da
mesma raça humana. Vivendo em paris, Porto Alegre ou minas
gerais. Sendo homem e/ou mulher. Direita ou esquerda. Heterossexual ou homossexual. Aliás, todos os rótulos que acabo de utilizar não
fazem mais sentido na pós modernidade. Se tu ainda os segue, deves
ser anacrônico. Te atualiza. As coisas são mais fluídas, plurais.
Eu
choro por paris, eu choro por minas. Eu choro por todos.
Choro
por todos que perderam algo nesses trágicos acontecimentos. *seja
parentes, amigos, casas, felicidade, paz, segurança, oportunidade...ou
esperança*
Choro
pelos muçulmanos que sofrerão mais preconceito por culpa de radicais fanáticos
que interpretam da sua forma o islamismo e atuam como jihadistas na tentativa
da instauração de um estado islâmico.
Choro
por refugiados que terão ainda mais dificuldades tanto nos seus países, quanto
nas travessias ou aceitação em outras nações.
Choro
pela resposta da França que ao declarar guerra ao estado islâmico (que não é
uma nação, então) o ataque é um ataque cego. Ao ar, com muitas
mortes inocentes.
Choro
por mineiros, choro por franceses, choro pelos seres humanos.
Só
tem algo que me faz chorar mais que tudo. Até agora o melhor disso tudo. O que
mais me comoveu mais me deu esperança e mais me fez acreditar. Não sei
explicar por que. (Vídeo acima)
Sobre
a tragédia de Minas Gerais, importante que não tratemos somente como
"natural". Lindo o depoimento do brilhante Sebastião Salgado! Também
deixo falar por mim, um lindo poema sobre o assunto.
Por
fim, depoimento de um jornalista que perdeu a esposa, mas parece ter ganho o
discernimento e a melhor análise que li.
"Vocês
não terão o meu ódio. Vocês roubaram a vida de um ser sem igual, o amor da
minha vida, a mãe do meu filho, mas não terão o meu ódio. Vocês queriam que eu
tivesse medo, que eu olhasse as pessoas ao lado com suspeita, que eu
sacrificasse a minha liberdade em troca da segurança. Mas não conseguiram. Nós
somos dois, meu filho e eu. Mas somos mais fortes do que todas as forças
armadas do mundo"