As
coisas não ditas.
Todos nós silenciamos.
Cada vez menos, é verdade.
Vivemos em tempos que as pessoas gritam seus desejos,
estampam seus feitos,
Publicam, curtem e compartilham, tudo na expectativa de... espera!
Na expectativa de que?
Serem ouvidos? Vistos? Lembrados? Admirados? Invejados?
Penso que a falta de liberdade para se expressar está entre
as coisas mais doloridas para o ser humano. Não somos se não nos expressamos. A
angústia do silêncio do pecado, da ditadura, do segredo, sem dúvida é marcante.
Mas pelo contrário, atualmente não tem sido esta a questão.
Vivemos em um país onde, ao menos na teoria, garantidos também pela
constituição e dentro de nossas amarras culturais, temos a total liberdade de
expressão.
Tanto se lutou e ansiou por isso... e agora?
Todos emitem todo tempo, mas poucos veem, poucos escutam.
Seria um momento de protestar para que as pessoas, ao invés
de somente falar, mostrar, expressar, também vejam, escutem e percebam?
Talvez o excesso de palavras, usar e abusar das imagens, não
tenha mais nos dado o trabalho da escolha, da reflexão, do lapidar o que
mostramos, falamos. Não no sentido da
censura (bate na madeira 3 vezes), mas no respeito ao que devemos ter conosco e
com os outros.
O bem escrever, o saber falar, reside no ato de escolher bem as
palavras. Já dizia o Schopenhauer.
Não faltam pensadores que louvaram o silêncio. Desde
filósofos antigos até poetas contemporâneos. Mas por hora, ao invés de citar as
frases, fiquemos em silêncio.
E por fim, parafraseando o Tim maia (que está em cartaz com um filme que se me agradar pelo menos a metade que sua biografia - Nelson Mota, me agradou... deve ser foda!)
“aaaah se o mundo inteiro me pudesse ouvir...”
Se o mundo inteiro te pudesse ouvir, falarias o que?
ps:Mas hoje não vivemos um tempo onde o mundo inteiro pode
nos ouvir?
Calo-me.