Equilíbrio
Por algum tempo essa palavra me remetia a algo chato. Sim,
simples assim. Algo café com leite, morno, sem graça. As vezes, quando me via
nele, tentava fugir. Com a maturação de algumas questões, ele me surgiu como um
conceito bastante interessante. Atualmente corro atrás dele.
Não atoa ele fez parte dos meus votos para 2015. Uma das
palavras que mais pensei em 2014 e que espero colocar mais em pratica neste
ano. Mas enfim, estive viajando (nos dois sentidos) nas ultimas semanas. Alguns
temas me dão vontades de pensar.
Reaproximação entre
Cuba e EUA – Francisco teve uma participação interessante! (não estou nem
aí para papas, mas este tem minha simpatia). Cuba deveria mostrar que devemos
ter ilhas de utopias e os EUA mostrar que precisamos estar conectados com a realidade
do mundo globalizado.
ps: Vale lembrar que o senado é conservador e republicano;
que o próximo candidato a presidente é irmão do Bush e que seus eleitores
loucos são em parte a favor da reaproximação (por questões econômicas, claro)
Enfim, tema complexo.
Atentado na França
– Je suis Charlie ou Je ne suis pas Charlie? O que aconteceu é injustificável.
Sou defensor ferrenho da liberdade (seja ela em qual for a instância), mas
apenas trago a ideia de que o mundo tem se apegado muito ao liberté e esquecido
o egalité e fraternité. (já que estamos falando em França). Je suis Charlie Chaplin! (o melhor com
o humor crítico)
ps: Vale lembrar que
dentro do islamismo há diferentes vertentes de muçulmanos e que
generaliza-los ou liga-los diretamente ao atentado é, no mínimo burrice. E
importante questionar porque esse atentado recebeu uma atenção absurdamente
maior do que quando pelos mesmos motivos (“desrespeito ou valorização de
valores ocidentais” matam dezenas de crianças africanas?
Poderia falar aqui também do brasileiro que foi condenado a morte na Indonésia. Sou totalmente
contra pena de morte, ainda mais por crimes que não envolvem violência. Embora
saibamos toda a relação do tráfico com ela... Mas ficou um mal estar entre o governo
do Brasil e da Indonésia. Razões históricas ajudam a explicar a legislação
deles, mas as mesmas ajudam a explicar o posicionamento da Dilma. Enfim, abriu
um buraco aí que certamente trará burburinho mais tarde.
Estive viajando por dois países recentemente. EUA – Organização fria e muita coisa pra fazer e
no Panamá – Bagunça quente e tempo de sobra para descansar. Outra hora falo
deles, só pra explicar a foto. E para concluir com a constatação de minha
parte, que o equilíbrio entre as coisas é a melhor solução.
Para quem acha que equilíbrio é estar em cima do muro: Equilíbrio
é descer dele, olhar os dois lados e buscar a partir de um relativismo entender
a todos. Caso contrario, radicalismo
(infelizmente, presente nos casos citados acima).
Em tempos de feroz radicalismo, pessoas em redes sociais são
quase grupos terroristas. Liberdade sem igualdade e fraternidade não é revolução.
Capas do Charlie – http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/01/charges-mais-polemicas-da-charlie-hebdo.html
Capa na morte do Senna https://twitter.com/CoandaF1/status/555814137742516226/photo/1
Muçulmana apedrejada em SP – http://t.co/7PBKr2Z7yb